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Menos é muito mais

Primeiro, começou com os alimentos quando comecei a questionar as verduras e legumes que eu comprava no supermercado. Isso já deve fazer uns 10 anos ou mais… Hoje, opto sempre pelos orgânicos, sempre que dá. Depois foram os alimentos industrializados que contem conservantes artificiais. São os molhos prontos, os enlatados, os miojos, os salgadinhos, etc. Hoje o único enlatado que compro de vez em quando são os tomates pelados inteiros. Miojo nunca mais. Quando me oferecem doces e salgados industrializados, eu até aceito alguns, mas raríssimamente compro.

E por último, o meu mais recente vilão são os cosméticos industriais (a maioria deles, isto é). Desde pré-adolescente eu sempre passei creme hidratante em todo o corpo. Todos os dias depois de cada banho. Comecei a questionar esse hábito quando li um artigo na Folha de SP sobre os parabenos e outras substâncias químicas encontradas na maioria dos hidratantes e outros cosméticos. Pesquisei mais sobre os parabenos, que são suspeitos de causarem câncer de mama e alergias. Este é um dos vários artigos disponíveis na internet. Desde então, sempre leio o rótulo dos cosméticos antes de comprar e a maioria deles, realmente tem algum tipo de parabeno, que é um conservante para aumentar a vida útil de prateleira desses produtos.

Comecei a só procurar cremes na L’Occitane ou em lojas de produtos naturais. Os melhores cosméticos naturais e sem parabenos e outras substâncias indesejáveis como óleo mineral, encontram-se na Weleda, farmácia antroposófica de origem alemã. Só que os preços desses produtos acabam ficando muito caros com os impostos de importação brasileiros. Uma pena porque são realmente muito bons e pra mim que sou adepta da filosofia antroposófica, não teria produtos melhores pra usar diariamente. No ano passado encontrei no Caminhos da Roça, uma empresa que me entrega alimentos orgânicos todas as semanas (recomendo, para quem quer receber em casa verduras, legumes, outros alimentos e produtos de limpeza orgânicos), um creme hidratante muito bom da Magia dos Aromas. É livre de parabenos e óleos minerais e contem matéria prima orgânica de origem vegetal. Acho que eles também tem a ver com antroposofia, pois fica em Botucatu, no mesmo local onde encontram-se o Institutuo Biodinâmico e o sítio Alvorada.

Só que mais uma vez, o problema é o preço. Minha pele é bastante seca no corpo e precisa de bastante hidratação. O potinho de 120 ml acaba muito rápido e custa mais de R$30,00. É realmente um creme maravilhoso e a qualidade justifica o preço, mas precisava encontrar uma solução melhor justamente quando estava lendo “Aromaterapia Holística” que comentei num post anterior. Lá, encontrei minha provavelmente definitiva solução para hidratar o corpo.

É um óleo corporal feito em casa com apenas 3 ingredientes: óleo de abacate como óleo catalisador (pode ser qualquer óleo vegetal, mas os mais indicados são óleo de amêndoa doce, óleo de abacate, óleo de germen de trigo, óleo de semente de uva e óleo de farelo de arroz), óleo essencial de alecrim e óleo essencial de palmarosa. Aqui entra um pouco de conhecimento sobre aromaterapia e o legal é cada um fazer a sua própria combinação de óleos essenciais. A quantidade de óleo essencial precisa ser de 1.5 a 3% do óleo catalisador. Eu escolhi a minha mistura pelas seguintes razões. O óleo de abacate é um óleo maravilhoso, rico em vitamina E, portanto anti-oxidante e anti-envelhecimento, e de fácil absorção pela pele. O óleo essencial de palmarosa pela sua qualidade hidratante. O de alecrim é estimulante, portanto ótimo para depois dos banhos matinais, é adstringente, anti-séptico, desintoxicante, estimulante circulatório inclusive linfático, alivia dor de cabeça e cansaço mental, entre muitas outras propriedades benéficas.

Fiquei muito feliz com o resultado. Tenho agora um óleo muito cheiroso e com todas essas propriedades maravilhosas e feito pro mim em casa. Fico aliviada por conseguir abandonar mais um item industrializado da minha rotina e principalmente do meu corpo. Mais uma observação para quem acha que o que passamos na pele é superficial e portanto não tem tanta importancia; a pele é o nosso maior órgão e ela absorve o que passamos nela pelos seus inúmeros poros. O que ingerimos através desses poros entra diretamente na corrente sanguínea, sendo assim mais ainda merecedora de atenção do que os alimentos que ingerimos, que tem suas partes tóxicas selecionadas e eliminadas pelo estomago, pancreas e outros órgãos antes de entrar na corrente sanguínea.

Mais um cosmético industrial que abandonei: o tônico facial, aquele líquido que passamos depois de lavar o rosto e antes de passar o hidratante. Substituí pela água de flor de laranjeira, que pode muito facilmente ser encontrada nas lojas de produtos árabes ou no Mercado Municipal. Também aprendi no livro “Aromaterapia Holística”. É ótimo para quem tem a pele do rosto mais para oleosa ou mista. Para quem tem pele seca no rosto, é mais indicada a água de rosas. Custa de R$14,00 a R$18,00 e a garrafa tem 350 ml, bastante né. Além de ser livre dessas substâncias indesejáveis, o cheiro é maravilhoso, tanto da de flor de laranjeira quanto da de rosas. Eu uso essa água também para fazer máscara de argila. É ótimo!

Aos poucos vou me livrando da dependência da indústria cosmética tão invasiva e tão pouco responsável. Acho que já acabou a época em que acreditamos nas campanhas publicitárias com rostos de top models e atrizes mega retocados para comprar um creme. Fora que o preço do creme tem que pagar o cachê milionário da modelo e o custo não menos milionário das campanhas, aumentando em muito além do valor real do próprio creme. Acho que já estamos entrando em outra época…