Arquivo do dia: fevereiro 5, 2013

Óleo de Pracaxi

Já ouviu falar no óleo de pracaxi? É mais uma maravilha da Amazônia pouco difundida, mas que todo mundo deveria conhecer. É o óleo que estou usando atualmente nos meus cabelos. Eu coloco três tampinhas desse óleo dentro do frasco do meu creme de pentear que uso depois de lavar o cabelo com shampoo sólido (sabonete de Castanha-do-Pará da SACHI) e fazer a rinsagem de vinagre (farei um post sobre isso em breve!). Meu cabelo é cacheado e muito volumoso e acabei de fazer uma tintura há um mês, mas ele está saudável, bem macio e os cachos ficam bem soltos com essa mistura de creme com o óleo de pracaxi. Conheça você também esse incrível óleo brasileiro.

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“O óleo de pracaxi é a novidade do momento. O seu efeito condicionador devido à formação de uma camada hidrofóbica ao redor da fibra dos fios traz como resultado um brilho e sedosidade nos cabelos!

Embora seu nome não seja tão difundido quanto o de outras espécies da biodiversidade brasileira, o pracaxi (Pentaclethara macroloba) é uma árvore muito conhecida na região da Amazônia, onde suas sementes produzem azeite de cozinha e a madeira pode ser utilizada para fabricar móveis e dormentes de ferrovias. 

Os habitantes da região amazônica fazem uso da casca e do caule contra os efeitos do envenenamento de picadas de cobras e escorpiões. Para isso, eles maceram a casca e aplicam sob a forma de emplastros no local da picada.

As sementes do pracaxi são recolhidas pelas populações amazônicas em rios, praias e igarapés, sendo posteriormente secas ao sol e armazenadas para a comercialização local e prensagem para extração do seu precioso óleo. É uma espécie vegetal que encontra-se distribuída em todo o Brasil Setentrional, Guianas, Trinidad e algumas regiões da América Central. Possui um fruto em forma de vagem com 20 a 25 cm de com-primento, que contém de 4 a 8 sementes. Um quilo de sementes é composto por aproximadamente 35 vagens que contêm cerca de 30% de óleo. É uma árvore leguminosa fixadora de nitrogênio no solo, constituindo uma espécie pioneira que mostra um grande potencial na regeneração florestal e recuperação de áreas degradadas.

Emprego na pele

O óleo de pracaxi se destaca por ser o óleo mais rico em ácido behênico (10-25%) conhecido, cerca de 6 X mais do que o óleo de amendoim. O teor alto de ácido behénico e lignocérico no pracaxi, deixa sobre a pele uma percepção sensorial aveludada e macia, como se ela fosse de ‘‘seda’’. É um verdadeiro ‘‘silicone natural’’ que age mantendo a água nos poros da pele, hidratando, regenerando e protegendo-a, sendo um dos grandes segredos da pele macia dos índios de algumas tribos amazônicas.

Poderoso cicatrizante dermatológico, tornou-se tradicional seu uso entre as populações locais no tratamento de picadas de cobras, cicatrização de úlceras, escaras e higienização da pele em cirurgias, já que estudos recentes têm demonstrado que o óleo de pracaxi tem forte ação antibacteriana, antiviral e antifúngica.

Estudos confirmaram que frações isoladas do óleo de pracaxi constituem importantes compostos bioativos com atividade anti-hemorrágica, confirmando o uso por parte dos povos ribeirinhos da Amazônia do óleo de pracaxi em sangramentos, tratamento de feridas e cicatrização de cortes pós operatórios de pequenas cirurgias. É assim, um poderoso renovador celular, que tem sido empregado na Amazônia em queimaduras e após cesarianas, visando evitar a formação de quelóides e manchas (também age na suavização de manchas escuras causadas por alterações hormonais que ocorrem com frequência durante o período de gravidez). É utilizado na medicina popular contra a erisipela que é uma infecção cutânea causada por bactérias, onde limpa, cura e revitaliza a pele, combatendo inflamações, e também na dermatite e psoríase, onde ajuda no controle do crescimento desordenado das células da pele.

De todos os óleos existentes, o pracaxi está sem dúvida entre os mais poderosos hidratantes para a pele e cabelos, sendo considerado portanto, maravilhoso para prevenção de estrias, especialmente aquelas que costumam aparecer no período de gestação, adolescência, e nos tratamentos de emagrecimento devido ao efeito sanfona.

Contém vitamina e ácidos graxos com propriedades essenciais para produtos anti-rugas com ação antioxidante atuando diretamente sobre as linhas de expressão.  Além disso também existem pesquisas que relatam a atividade inseticida deste óleo (como da andiroba), especificamente contra o mosquito Aedes aegypti, que é o vetor da dengue.

Forma de uso: Puro localmente na quantidade necessária para abranger toda a área. Sem contra-indicações.

Emprego nos cabelos

O Pracaxi é um dos grandes segredos indígenas para ter um cabelo de seda: deixa liso, macio, brilhante, desembaraçado e sem pontas duplas. Ele ajuda a criar uma camada hidrofóbica ao redor da fibra dos fios, protegendo os cabelos do ressecamento causado pelo sol, mantendo a umidade natural do cabelo e controlando o volume.

Na escovação, o pracaxi proporciona um excelente efeito condicionante aos cabelos, facilitando o penteado e garantindo brilho e maciez. Em condicionadores ele é o responsável pelo efeito alisante e devolve a vida aos cabelos danificados por processos químicos. Pode ser combinado com o óleo de argan (1/1), que juntos formam a ‘‘dupla dinâmica’’ no tratamento capilar dos salões mais badalados e caros.

Forma de uso: Antes ou depois da escova desembraça os fios, facilitando o penteado e reduzindo o volume. Previne e trata de pontas duplas além de tornar o cabelo macio como seda. Use para isso uma pequena quantidade na palma das mãos priorizando o comprimento e pontas. Podem ser empregadas 1-2 tampas cheias do óleo em cada 100 gramas de creme condicionador ou máscara capilar.

Texto (organização): Fabian Laszlo (Laszlo Aromaterapia)”

Você pode encontrar este óleo aqui na SACHI.

Ghassoul

Você conhece a Ghassoul?

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É uma fantástica argila do Marrocos, usada para fazer máscaras faciais, corporais e capilares ou para uma lavagem profunda da pele do rosto. Ghassoul vem da palavra em árabe ghassala, que significa “lavar” e pronuncia-se “rassul”.

Eu, que sou fã incondicional de argilas, já quis experimentar logo que cheguei de viagem (trouxe essa argila do Japão, mas ela é marroquina). Até para tratar da minha pele do rosto que tinha sofrido um dano por causa do ar seco do inverno japonês e da calefação exagerada que se usa nos ambientes internos lá.

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A cor da argila é assim, parecida com a argila roxa, um marrom claro meio roxo, bem cor de barro mesmo. Eles dizem para colocar água e deixar uns 3 minutos antes de misturar, para a textura ficar ainda mais macia. Eu usei, no lugar da água comum, água de flor de laranjeira.

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Eu achei que essa argila pede mais água do que as outras. Tive que acrescentar bastante depois para a textura ficar cremosa. Mas quando atingiu a textura ideal e passei no rosto, vi que ela é bem diferente das outras argilas com as quais estou acostumada. Ela fica bem mais cremosa e macia.

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A máscara é retirada com água morna antes que ela endureça. Adorei o resultado! A pele ficou bem macia depois e com a sensação de limpeza profunda.

Está decidido que a minha próxima produção de sabonetes será um com Ghassoul 🙂 Aguardem!